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domingo, 28 de novembro de 2010

O último trago

Aqui, com um tanto de fome, o último cigarro olha pra mim como quem sacia sem esperar a morte.
É o último e eu já estou inserida nesse desejo. Antecipadamente penso no que me falta e ainda existe. Antecipada, a mente traga o que se apresenta em memória de outrora e conduz.
É o último. Com um tanto de fome olho pra mim em resgate daquilo que deixei-me esquecer. Ou matei como brasa que incendeia e só como brasa alcança seu ápice... chama brilha, quando o vento atiça, leva rápido ao fim.
E quando só a luz dele é existente, quando só a luz dele canta em desenhos no ar, da ponta dos dedos numa trajetória que vai aos lábios e sacia a fome, esse reflexo em reflexão dança. E como ímpeto corriqueiro, se mata simultânea à última tragada. Que não é a única a ser derradeira, pois memórias sorrateiras também se apresentam em conclusão.
Últimos cigarros, memórias sorrateiras e conclusões sempre virão como quem sacia e espera a morte.

domingo, 21 de novembro de 2010


Alquimia de mescla
em medidas
certeiras
No olhar
dá cor
com sabor
de beleza




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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hoje me destes uma poesia como quem trafega em estrada curva desconhecida. Como quem trafega no desconhecido que na composição faz-se doce. Hoje me destes uma poesia. Dessas que esquentam a alma. Que preenchem a solidão. Que deixam a visão turva de beleza...
Te espero nos meus  longos, curtos, curvos e muitos caminhos. E te conduzo.