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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Também serei poeta de um mundo caduco.
Se o condutor pode ser guiado, quero aposentos no lar do meu país.O meu país está caduco. Quero comida que sacie essa fome. A vida. Quero preencher de substrato alguma alma vã. Penso mais uma vez nos transeuntes. Alarmados. Sós. Penso na flor do asfalto, só. No sorriso do homem que conduzia sua cria, quando catavam os restos do meu almoço e ainda me sorriam... sós.
Eles me fizeram pensar que entre o nada e a eternidade existe um intervalo... e esse intervalo ainda é eternidade. É fluido. Vida. Música cor de ar. Dessa que não necessita de visão, no entanto, toca: A incapacidade de qualquer outra obra de arte.




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Tinha que existir uma pintura totalmente livre da dependência da figura - o objeto - que, como a música, não ilustra coisa alguma, não conta uma história e não lança um mito. Tal pintura contenta-se em evocar reinos incomunicáveis do espírito, onde o sonho se torna pensamento, onde o traço se torna existência.

                                                                                                       Michel Seuphor




(Acordar é ir-se para dentro)

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