a n v erso
A lua de ontem
meu híbrido desejo
um bucado de areia
nas dobras dos pés
A noite hoje
frondosa desmesura
frondosa desmesura
melodia trêmula
do preenchido convés
Caixas, lâmpadas, fitas
cabide, tecido que estiro
no sol pendurado
a minha pele úmida
a minha pele úmida
Um beijo no asfalto
quente lampejo
fogueira de objetos
na sola das mãos
na ponta dos dedos
dentes trincados
de gelo, de aço
mordidos no não
amasso, trituro, engulo
não desce, mordo
a língua sem saliva
não desce
gorfo fragmentos, reponho
o alimento na boca:
até as vias, todas
respiro
rever so
.
.
.
.
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