.

sexta-feira, 11 de maio de 2012



a   n  v erso



A lua de ontem
 meu híbrido desejo
 um bucado de areia
nas dobras dos pés


A noite hoje 
frondosa desmesura
melodia trêmula
do preenchido convés


Caixas, lâmpadas, fitas
 cabide, tecido que estiro
 no sol pendurado
a minha pele úmida




Um beijo no asfalto
quente lampejo
fogueira de objetos
na sola das mãos




na ponta dos dedos 
 dentes trincados
 de gelo, de aço
mordidos no não


amasso, trituro, engulo
não desce, mordo  
a língua sem saliva 
não desce


gorfo fragmentos, reponho 
 o alimento na boca:
 até as vias, todas
           respiro 


rever so
.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário