na relva verde de um forro
na escadaria de um palácio
ou na solidão morna
de um quarto
sentir-se menos embriagada
pergunte ao relógio
às estrelas, à lua
a que tudo fala, que geme,
que rasteja
nas pequenas coisas que
grandes virtudes perpassam
qual é o feito que lateja
no caminho da omoplata
no olho que dilata
a realidade banal
do que te cerca
de quem te conta
menos embriagada
de dois elos partidos
o sorriso parido que
beija a imensidão
do contato constato
que de fato meu tato
te incita o incesto
na labuta, esquecido
os cães de carnaval
devoram suas lembranças
o peito bate forte
-tu parece menino pequeno
descobrindo a imensidão
nos olhos um brilho fundo e
nítido
perpassa a multidão
os gritos inauditos
os solos e as celas que virão
uma teia ferina
que te cega
que te sina
batucando o coração
não te contes só o martírio
dentro, forte, um vestígio
e a constatação
pensar é um fascínio
mas no teu corpo tem um filho
que te pare
imensidão
Zé, eu.
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