Deixe-me falar. Estou presa do prelúdio da lua cheia. Ela está no topo. Ela está lá, devidamente alinhada ao topo da minha cabeça. E não sei exatamente que perímetro. Sinto. Ela, alinhada, conduz seu anzol que está devidamente alinhado ao topo da minha cabeça. Brinca, dança lá de cima. Eu percebendo seu ferino movimento rotatório. É também fluido. Eu sinto porque minha cabeça pende da linha do seu anzol e eu estou dançando com ela. A linha que mede essa ligação é invisível. Como movimento de nós.
Nós dançamos juntas. Lá de cima ela me dança o pacto. Eu de cá espero sua face abundante, sem me ansiar. Se não. Se é. Então é. Nós dançamos comungadas pelo anzol. O anzol que apruma minha coluna arqueada. Ela me deixa mais bela. Alinhada a linha do anzol. Ela.
Eu ouço as pequeníssimas gotas prateadas e sólidas, sua borda preencher. Ela sabe da minha espera, mas me deixe dizer. Por vezes, é como que dançar só. Ela. Sái do topo o anzol. Minha coluna arqueada. Eu não me solto e por vezes dói. Continuo dançando como se ela não existisse depois do horizonte. Arqueada.
Ela me puxa mais uma vez. Agora é para que eu sinta a redoma do mundo nela. Eu só quero nascer novamente, mas tenho que esperar ela no topo. O mundo é muito e eu tenho muitas perguntas. Porque não sei ao certo como essa redoma foi criada. Então eu espero por ela e acompanho. Sentir. Ela. Lembro-me da face estéreo. Onde está Diana.
Flecha.
O arco que me puxa o topo da cabeça... A coluna arqueada.
Não a vejo. Sei das gotas sólidas a preencher. Prateadas. Quando ela me puxa do horizonte, sinto um golpe sinestésico. E ela me chega, novamente grandiosa. Suas próprias gotas sólidas de horizonte circular. Eu entendo um pouco mais. Vou dizer. Ela me puxa agora pelo topo até minha cabeça. Mas já fizemos o trajeto da rota do mundo.
Agora ela me puxa o topo da cabeça e o sexo. Me derrama a subjacência do clarão das fogueiras. O sangue que agora bebo. Menâdes. Eu danço, prateada e abrasada à minha lua. Nesse momento eu transformo nosso anzol em algo visível. Condutor de nós.